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Mecanismo de Ação dos Fármacos
10/08/2014
Publicado por: Marjorie Jales

Mecanismo de Ação de Fármacos
Autora: Marjorie Azevedo Jales
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Para que os efeitos farmacológicos ocorram, em geral é preciso que haja uma distribuição não uniforme das moléculas do fármaco dentro do organismo ou tecido. Isto é, as moléculas de um fármaco precisam se “conectar” aos constituintes específicos de células ou tecidos para produzir um efeito. Os  principais alvos farmacológico são: receptores, enzimas, moléculas carregadoras e canais iônicos
 

RECEPTORES

Por definição, receptor é uma molecular que compõe um canal iônico com um  sítio ativo para um fármaco, indica também uma molécula-alvo com a qual a molécula de um fármaco tem que se combinar para desencadear seu efeito específico. A especificidade é recíproca: classes individuais de fármacos ligam-se apenas a certos alvos, e alvos individuais só reconhecem determinadas classes de fármacos.
 É importante ressaltar que nenhum fármaco é completamente específico em sua ação. Em muitos casos, ao aumentar a dose de um fármaco, a substância pode afetar outros alvos além de seu alvo principal, e esse fato pode levar ao aparecimento de efeitos colaterais.
Em geral, quanto menor a potência de um fármaco, e maior a dose necessária, maior a probabilidade de que outros sítios de ação, diferentes do sítio primário, ganhem importância.


TIPO DE RECEPTOR

TIPO 1- Canais Iônicos Controlados por Ligantes (Ionotrópicos)
São proteínas da membrana que incorporam um sítio de ligação ao ligante (receptor), geralmente no domínio extracelular. Tipicamente, estes são os receptores nos quais os neurotransmissores rápidos agem. (Ex: receptor nicotínico da acetilcolina)

TIPO 2- Receptores Acoplados à Proteína G ( Metabotrópico)
São receptores que atravessam a membrana 7 vezes ( heptaelicoidais). Eles estão acoplados a sistemas efetores intracelulares por uma proteína G. (Ex: receptor muscarínico da acetilcolina)

TIPO 3- Receptores ligados a quinases e correlatos
São um grupo de receptores de membrana respondendo principalmente a mediadores protéicos, através da fosforilação. ( Ex: receptor para o fatos natriurético atrial)

TIPO 4- Receptores Nucleares
São receptores que regulam a transcrição gênica. (Ex: receptor para hormônios esteróides)
 

INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR

A ligação de uma molécula de um fármaco a um receptor pode ou não resultar na ativação desse receptor. Quando falamos em ativação queremos dizer que o receptor é afetado de tal modo por uma molécula ligada a ele que acaba desencadeando uma resposta tecidual.
A tendência de um fármaco de se ligar aos receptores é governada por sua afinidade, ao passo que a tendência de um fármaco, uma vez ligado, ativar o receptor é indicada pela sua eficiência.

 - Agonistas Plenos:fármaco capaz de ativar o receptor e gerar uma resposta com alta eficácia, apresentando a resposta biológica máxima.
- Agonistas Parciais:fármaco capaz de ativar o receptor e gerar uma resposta com baixa eficácia, apresentando uma resposta biológica submáxima.
- Antagonistas:fármaco que reduz de modo significativo a concentração do fármaco ativo em seu sítio de ação, apresentando resposta biológica igual a zero.
- Agonista Inverso:fármaco que possui resposta biológica inversa a do agonista.

 

RECEPTORES DE RESERVA

São receptores que se apresentam em quantidade além da necessária para gerar o efeito biológico máximo. A existência de receptores de reserva não implica qualquer subdivisão funcional do conteúdo de receptores, mas simplesmente que esse conteúdo é maior que o número necessário para desencadear uma resposta completa.
Isso significa que um dado número de complexos agonista-receptor, que corresponde a um determinado nível de resposta biológica, pode ser alcançado com uma concentração de hormônio ou neurotransmissor inferior àquela necessária, caso houvesse menos receptores à disposição.


Fonte: RANG, H. P.; DALE, M. M. et Al - Farmacologia - 7a Edição